Tudo em nome da beleza


   Hoje nossa colunista vem com um tema importante para muitas pessoas e por outras tão desvalorizado ...beleza.                                 
 


Uma boa imagem, atualmente, tem denotação primordial em quase tudo. Parte das pessoas está tão preocupada com a funcionalidade das coisas quanto com a estética/ o esmero das mesmas, e o que elas podem causar para elas próprias e para as outras pessoas. Tudo, hoje, tem que ser muito bem pensado, não pinta uma parede de uma sala, nem assenta uma luminária e um quadro, em uma parede, sem ouvir um (a) arquiteto (a) e um (a) decorador (a). Cada detalhe é motivo de preocupação: os efeitos da iluminação, nas cores do ambiente, na disposição dos móveis e objetos. Sempre, com o intuito de produzir nas pessoas sensação de bem estar, prazer, praticidade, conforto, aconchego e admiração imediata; baseados em conceitos de inovação, personalização, arte, inteligência, elegância e um toque de sentimento do usuário. A aparência pessoal, então, é tão ou mais valorizada quanto um currículo.  Por esse motivo, essa expressão é tão popularizada - “uma imagem vale mais do que mil palavras.”
A autoestima, a autoimagem, assim, como o autoconceito mais positivos contribuem para a constituição de relações intra/interpessoais saudáveis e afetuosas, que, se não forem bem cuidadas, afetam diretamente o nosso relacionamento com o mundo, com o nosso meio, com nossos afetos. Por isso, há tanto zelo, hoje em dia, também por parte dos estilistas / esteticistas em criarem peças de roupas; e das pessoas em escolherem uma roupa confortável, mas também apresentável, que tenha um caimento perfeito e uma modelagem que ressalta as partes mais bonitas do corpo e oculta / disfarça as imperfeições. Além de proteger/cobrir/embelezar, segundo Calza, citada pela designer de moda, estudo e imagem pessoal Leda Saboia, “a maneira como o homem se veste e se relaciona com o vestir reflete seus desejos e vontades, suas diferentes formas de pensar e de ser, de viver e de perceber o mundo a sua volta”. É, de certa forma, uma forma de expressar.
 A grande verdade é que a credibilidade de quase tudo expande quando se tem o suporte de uma boa imagem. Nossa sociedade é muito visual, tem que “ver para crer”, assim sendo, tem agregado tanto valor à imagem. “Uma pessoa adequadamente vestida para determinado contexto tem um impacto positivo, e o visual passa a ser vantagem estratégica”. Não basta só ser bom/inteligente/culto, tem que parecer o que é. Essa representação, muitas vezes, pode ser até enganosa / falsa aos olhos de quem vê, em uma leitura mais imediata. Mas quando não há uma boa reprodução daquilo que se idealizou, ou seja, uma imagem positiva / adequada, as pessoas costumam não confiar/gostar muito. Por isso, a importância da coerência/verossimilhança entre ser e parecer para gerar melhores expectativas. Se você vai a um consultório médico e o encontra vestido com desleixo ou o ambiente não tem uma boa imagem, você vai desconfiar da competência do profissional e da reputação daquele local. Involuntariamente, em pouco tempo, não mais que 30 segundos, avaliamos / formarmos um pré – conceito de quase tudo que está ao nosso redor; extraindo uma grande quantidade de informações sobre: sexo, idade, raça, nível sóciocultural e econômico, e até da capacidade das pessoas. Além disso, há emoções e sentimentos que podem ser projetados ou inspirados nesta imagem: simpatia, antipatia, seriedade, desejo, aconchego, rejeição e outros. A boa estética das coisas, a meu ver, tem relação até com o próprio dom de organização e percepção sensorial de dimensões semióticas de cada pessoa ou de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.
Segundo Susan Nanfeldt, “Plus Stile: Guide to Looking Great” (Nova Iorque: Plume Book, 1996), “estudos indicam que 55% da primeira impressão que as pessoas têm de você é baseada em sua aparência e ações, 38% em seu tom de voz e 7% no que você diz”. A imagem não é constituída apenas pelo tipo da roupa/cabelo/pele e corpo bonitos. Mas do tom de voz, e é claro, ações e o que a pessoa diz, embora, o último item tenha sido pouco valorizado. Tudo o que uma pessoa expõe, nos primeiros segundos/minutos/horas de contato ou de convivência com outra pessoa ou local, é valorizado. É o que faz originar confiança/segurança e boas perspectivas, quanto àquilo que queremos realizar. Por isso, uma boa imagem tornou-se de fundamental importância tanto para o sucesso pessoal quanto para o sucesso em todas as áreas de trabalho.  
Contudo, não dar o devido valor a uma pessoa, apenas, por não ser bonita (ter traços físicos considerados feios) mesmo que seja qualificada, é um absurdo, mas não é isso que acontece, veja o resultado desta pesquisa. Segundo Ivan Martins e Tereza Pedrosa – Revista Época, “uma pesquisa reali­zada pela revista Newswe­ek com 202 profissionais de recursos hu­manos nos Estados Unidos (que falaram sem ser identificados) deixou claro que, apesar do discurso politicamente correto, na vida real a aparência vem logo atrás da experiência e da autoconfiança como cri­tério de contratação - à frente da escolari­dade. Para 57% dos recrutadores ouvidos pela pesquisa, um candidato "qualificado, mas feio" teria problemas para se empregar. Metade deles "aconselhou" as pessoas que buscam trabalho a gastar tanto tempo cui­dando da aparência quanto do currículo. "Não existe neutralidade diante da beleza", diz o psiquiatra brasileiro Frederico Porto, que trabalha na consultoria DBM, especia­lizada em gestão e recursos humanos. “É um reflexo automático ter boa impressão em relação aos belos." E você o que pensa sobre essa questão?

Fonte foto Google
Por isso, não é à toa que a “indústria do embelezamento” é um dos setores que mais cresce, uma vez que, a busca pela aparência perfeita tornou quase que uma obsessão/um estilo de vida por muitas pessoas e até por crianças. Cada dia, a mídia e a indústria trabalham para estimular o consumo cada vez mais precoce de seus produtos. Hoje, até a preocupação com a saúde está aliada à aparência. Parte da população está preocupada em ficar mais “em forma” e em parecer mais jovem. Perder peso, ter pele, dentes e cabelos bonitos é o desejo de quase todo mundo.  A maioria das pessoas, que pode ou que tem poder aquisitivo melhor, investe pesado em usar óleos disso e daquilo, usar cremes, massagens, terapias com ervas, banhos disso e daquilo, vitaminas de A a Z, muita academia e ginástica facial, etc. Tudo em busca de uma imagem saudável e perfeita. Além disso, muitas pessoas buscam as clínicas de estética e os consultórios dos dermatologistas, endocrinologistas e cirurgiões plásticos tanto para tratamentos de beleza/ correção de alguns defeitinhos quanto para o combate ao envelhecimento. Todavia, segundo meu filho, que é geriatra, “saúde na terceira idade é como uma poupança, cujos rendimentos vão depender do quanto se investiu nela ao longo dos anos”. Desde a infância, com bons hábitos e uma alimentação saudável. E você vem fazendo esse investimento?
 Ainda, como em tudo há o seu lado positivo e o negativo, o que o psicólogo Élisson Santos observou é que parte das moças e rapazes são tão escravos do próprio corpo, que tem o mesmo como um ídolo. Por causa desta ditadura, muitos dos jovens buscam as cirurgias plásticas, e muitos estão adquirindo transtornos alimentares (bulimia e anorexia). E muitos jovens, segundo a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari, por terem autoestima baixa, são obcecados pela aparência, por sentirem necessidade de se afirmarem/serem aceitas, valorizadas, “buscando no outro a aprovação que elas mesmas não se dão”. Já para o psicanalista Flávio Gikovate, a valorização da aparência e gastos com aquisição de objetos, joias, roupas, carros caros por um grande número de pessoas tem como objetivo diferenciar a classe social. Segundo ele, “ter boa aparência e adornos que definem uma boa posição financeira vem se transformando na principal meta até das pessoas mais inteligentes”. E continuou: “Ter bom caráter, ser culto, ter conseguido avançar interiormente, tudo isso vale muito menos do que ser proprietário de um belo carro”. Você concorda com Gikovate? Conhece alguém assim?
Enfim, que o mundo moderno nos deixou mais exigentes com tudo, não podemos negar, mas não podemos esquecer-nos da essência, do nosso interior. Se puder fazer algo para melhorar a sua aparência que faça.  É normal querer se sentir bem com a própria imagem. Mas, claro, tudo com muito bom senso. A beleza física é importante, mas tudo é um conjunto. Não basta ser só bonita (o)! Sua personalidade, seu comportamento, sua postura, seu jeito de ser, tudo isso pode completar muito o seu ser, e deve também ser motivo de preocupação. O importante é estarmos satisfeitos e adequados. A beleza interior/a elegância do comportamento ultrapassa qualquer beleza física.  
Fonte foto Google
Abraços
 
 

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