Varicocele

 
 

A varicocele, segundo Dr. William Carlos Nahas é a dilatação dos vasos venosos que drenam o sangue que chega aos testículos pelas artérias testiculares para nutri-lo e que deveria retornar por esses vasos. Do lado esquerdo, esse vaso é uma veia tributária da veia do rim esquerdo que caminha quase 15cm para alcançar o testículo. Esse mecanismo impede a formação de coluna líquida e contínua de 15cm, 20cm, e diminui a pressão nas áreas mais baixas do sistema.

Quando existe alguma anomalia nessas válvulas, o sangue sobe com mais dificuldade, o que favorece o aparecimento de tortuosidades nas veias localizadas junto aos testículos na bolsa escrotal, costuma ocorrer mais do lado esquerdo do escroto. Como consequência, elas se enchem de sangue para aumentar a pressão e vencer a resistência imposta pela força da gravidade. Pode ser assintomática e em alguns casos, causa dor, peso e/ou desconforto e pode comprometer a estética da região.

Existem casos, mas raramente a varicocele acomete as crianças. Como é uma patologia associada a anomalias das válvulas que compõem as veias, na maioria das vezes, a doença é congênita, mas o quadro fica mais nítido aos 10, 12 anos. Ao palpar a região atrás do testículo, a própria criança pode perceber um emaranhado de vasinhos parecido com um novelo de lã e que, em certos casos, pode até ser visível. Isso é sinal de que as veias começaram a dilatar. Pode doer, mas não é a regra. Em geral, o que mais incomoda é o volume que aparece atrás do testículo e os pacientes se queixam de que aparece um inchaço quando fazem força, pois a pressão dentro da barriga aumenta e fica mais difícil para o sangue subir

(Demonstração do órgão genital masculino para as mamães se familiarizarem e poderem ajudar seus moleques)
 
Os genitais masculinos (imagem 01) têm a mesma origem embrionária dos genitais femininos. Os testículos são formados dentro da cavidade abdominal do menino durante a gestação. À medida que a gravidez evolui, eles começam a descer para a bolsa escrotal, levando consigo veias e artérias, estruturas que lhes garantem a irrigação.


Isso acontece, porque o controle da temperatura é crucial para a formação e amadurecimento dos espermatozoides. Se permanecessem dentro da cavidade abdominal, onde a temperatura é um grau mais alta do que no interior da bolsa, a produção dos espermatozoides estaria seriamente comprometida.


Dentro da bolsa escrotal (imagem 02), as condições de temperatura são adequadas, uma vez que ela possui função termorreguladora, ou seja, relaxa com o calor para que os testículos se afastem do corpo e encolhe no frio para aproximá-los do corpo e aquecê-los.


Dessa forma, fica assegurada a produção conveniente dos espermatozoides nos tubos seminíferos dos testículos, as glândulas sexuais masculinas. Só depois, eles caem no epidídimo e dali passa para o canal deferente que desemboca na uretra, canal comum para a saída da urina e do líquido seminal para o meio externo.

Na imagem 03, estão representadas em azul as veias e artérias que acompanham os testículos quando descem para a bolsa escrotal e, em vermelho, o músculo cremaster. A função desse músculo é contrair para puxá-los para perto do corpo ou relaxar para afastá-los, mantendo, assim, o mecanismo ideal para controle da temperatura. Por isso, nos dias muito frios, os testículos diminuem de tamanho e, quando faz muito calor, a bolsa escrotal dilata.

Existe um teste para ajudar o diagnóstico clínico da varicocele chamado manobra de Valsalva, que consiste em provocar o mecanismo de expiração mandando o indivíduo tampar a boca e o nariz com os dedos e fazer força para soltar o ar. Se ele for portador da doença, percebe-se nitidamente o aumento de volume do emaranhado de veias que se assemelha a um novelo de lã.

O mais importante é o diagnóstico clínico, embora existam métodos como o ultrassom com Doppler, que permite avaliar o calibre dos vasos e o fluxo de sangue que comportam.

Existe uma graduação da varicocele.

Grau I - varicocele pequena e palpável apenas com aumento da pressão abdominal. (tossir ou assoprar contra uma resistência).

Grau II - varicocele média e palpável.

Grau III- varicocele grande, não só palpável como visível.

É indicada como forma de tratamento a utilização de suspensório escrotal durante as atividades físicas e alguns medicamentos por via oral ajudam a melhorar os sintomas.

Como o problema costuma aparecer dos 12, 13 anos até os 25, 30 anos, alguns médicos aconselham a tratar cirurgicamente as crianças na pré-puberdade ou no início da puberdade, devido alguns estudos demonstrarem que o acúmulo de sangue nas veias dilatadas ao redor do testículo aumenta a temperatura, e temperatura mais alta pode prejudicar o desenvolvimento do testículo e com a dilatação ocorre a dificuldade no retorno venoso provocando disfunção testicular e piora da qualidade do sêmen.

Embora seja uma das causas da infertilidade masculina, varicocele não provoca distúrbios da potência sexual, mas se comprovada à relação da varicocele com a infertilidade, o procedimento cirúrgico é essencial.

O tratamento cirúrgico só deve ser proposto para os indivíduos com problemas de fertilidade que têm varicocele detectada no exame físico e não para aqueles com dilatação mínima das veias que aparece somente no exame de imagem.

Existem três formas de procedimento cirúrgico:

Cirurgia aberta: a cirurgia aberta é um procedimento simples, normalmente realizado com anestesia geral (em alguns casos com anestesia local). Duração de 45 minutos e o paciente costuma ter alta no dia seguinte. Devido ao edema, indica-se o uso de um apoio para a bolsa escrotal durante alguns dias. O paciente deve evitar esforço físico por duas a quatro semanas. Relações sexuais somente após dez dias.

Cirurgia laparoscópica: é menos usada pois, neste caso, possui tempo operatório maior e alta hospitalar costuma demorar 48 horas. A única vantagem é uma incisão menor.

Embolização da varicocele: é um processo não cirúrgico, semelhante a um cateterismo. Não é preciso anestesia geral (na maioria das vezes apenas sedação) e o procedimento dura apenas uma hora em média

Mamães não se preocupem, caso seu filho tenha operado de varicocele quando menor, não existe nenhum registro na literatura de quem apresenta varicocele na infância corre risco maior de desenvolver varizes na idade adulta.

Atenção:

O Ministério da Saúde recomenda que até os 40 anos, se não houver sinais de doença, o homem vá ao médico pelo menos uma vez a cada dois anos. Depois dessa idade, a frequência deve aumentar para uma vez por ano.

Segundo especialistas de diversas especialidades médicas, seis em cada dez homens têm medo de ir ao médico. A maioria alega falta de tempo ou paciência. E muitas vezes, quando chegam ao consultório ou ao hospital, já estão doentes. Em geral, uma sensação de onipotência impede os homens de encarar o profissional como aliado. Um eventual resultado negativo também os assusta de antemão, e aí nem fazem os exames de rotina ou não voltam para receber o diagnóstico.

De acordo com Dr. Henrique Elkis, a maioria dos homens convive com a varicocele sem problemas, mesmo a doença representando cerca de 40% dos casos de infertilidade masculina. E a falta de hábito dos homens em realizar consultas periódicas dificulta em muito a descoberta do problema, que muitas vezes só é detectado quando o casal pretende ter filhos e a mulher não consegue se engravidar.

Segundo o especialista, 15% dos adolescentes têm a doença, que é causada pelo aumento da temperatura nos testículos e pela dilatação das veias na região, que deveria ficar de 1 a 2 graus abaixo da temperatura corporal. Em geral, não há dor nem sintomas, mas as veias podem ficar mais aparentes.

Como as veias da bolsa escrotal são oriundas da região onde os rins filtram as impurezas, com essa dilatação, muitas toxinas terminam concentradas nessa área. Além disso, como o fluxo de sangue se modifica na bolsa escrotal, há um aumento na temperatura, comprometendo a qualidade do esperma produzido, fato que se reflete na saúde reprodutiva masculina.

Essa falha na circulação sanguínea nos testículos pode afetar ainda o formato do espermatozoide, aumentando a fragmentação do DNA do cromossomo presente nesse mesmo espermatozoide. Esses fatores dificultam a reprodução.

Como se proteger contra a infertilidade

Entre as dicas do médico para o homem proteger sua fertilidade estão: a adoção de hábitos saudáveis como evitar o sedentarismo, se alimentar bem, não fumar e controlar o estresse.

É importante que os homens também fiquem atentos a alterações testiculares. Esse cuidado deve começar na infância, e um médico deve ser procurado quando houver qualquer mudança nos testículos. Além disso, ele não deve nunca tomar anabolizantes, que zeram a produção de espermatozoides e provocam alterações hormonais graves que podem durar por toda a vida.

Fontes: Wikipédia

site Dr. Dráuzio Varella

Infoescola

Abraços
+Mãe de Moleque 

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