Torção dos testículos

Mães nem toda dor  nos testículos é por alguma batida, já ouviram falar de torção nos testículos?



A torção de testículos é um processo agudo que ocorre em 1 a cada 4 mil crianças e adolescentes e pode causar infertilidade. O problema pode ocorrer em qualquer idade, porém é mais comum entre os 10 e 20 anos de idade

É um problema raro, porém sério, no qual o testículo se retorce no cordão por onde passam vasos sanguíneos e nervos. Além de ser extremamente doloroso, isso acaba interrompendo o fluxo de sangue para o testículo.
 
Os testículos se encontram no interior do escroto, estão ligados à cavidade abdominal através dos canais inguinais, eles são atravessados pelos cordões espermáticos formados por várias estruturas. As artérias espermáticas que irrigam os testículos, as veias espermáticas que drenam o sangue, os canais deferentes que transportam os espermatozoides para o exterior, os nervos e os vasos linfáticos.

Em condições normais, os testículos têm uma certa mobilidade no interior da bolsa do escroto graças a contrações espontâneas do cremáster, um músculo pertencente à parede do escroto que envolve o cordão espermático. Estas contrações espontâneas do cremáster provocam uma rotação tão súbita e potente do testículo sobre o seu eixo vertical, que origina a sua torção.

Neste caso, o cordão espermático enrola-se sobre si mesmo, provocando o colapso da artéria espermática que atravessa o seu interior, o que acontece com alguma frequência nas crianças e especialmente nos adolescentes, nos quais a potência do cremáster é proporcionalmente elevada em relação ao tamanho dos testículos.

Os sintomas variam conforme a idade do paciente . Nos recém nascidos há aumento brusco do volume do saco escrotal do lado comprometido, endurecimento do testículo e pouca dor.

 Nos adolescentes, o quadro clínico começa com dores abdominais ou inguinais para, logo após, se localizarem no testículo. No adulto jovem, a dor testicular dá início aos sintomas.

Geralmente o início abrupto da dor juntamente com o aumento de volume no testículo num paciente de pouca idade faz pensar na torção de testículo.

Outras causas devem ser levantadas, como a torção de apêndice testicular, epididimite, edema escrotal agudo, orquite, hérnia encarcerada, tumor de testículo. A presença de sintomas urinários, como micção frequente, ardência miccional, associados à dor testicular faz pensar em processos inflamatórios ou infecciosos do trato urinário com consequente orquiepididimite. Alguns pacientes referem atividade física ou sexual precedendo o início do quadro. Outros pacientes relatam que tudo começou durante o sono, talvez devido à posição das pernas em relação ao testículo. Certos indivíduos relatam já ter tido os mesmos sintomas que, entretanto, se resolveram espontaneamente.

Ao exame do paciente, nota-se aumento doloroso da metade envolvida do escroto. O mesmo apresenta-se avermelhado e inchado. Exames de urina e urocultura devem ser solicitados para diagnóstico diferencial com outras patologias. O ultrassom do testículo com eco-doppler do cordão espermático é o procedimento de eleição para exame do testículo e sua irrigação sanguínea . A cintilografia testicular é outra possibilidade, embora mais demorada

Outros fatores que podem desencadear ou favorecer a torção do testículo são os traumatismos e diversas circunstâncias em que os testículos subam e o cordão espermático fique muito relaxado, como o frio ambiental, a criptorquidia e o testículo retrátil.

As manifestações são provocadas, na maioria dos casos, por uma insuficiência na irrigação sanguínea do testículo afetado. O sintoma mais característico é o aparecimento de uma dor muito intensa no testículo e que, frequentemente, se propaga à virilha e ao abdómen. Esta dor costuma evidenciar-se de forma tão brusca e tão intensa que, quando a torção ocorre durante o sono

Além disso, a torção do testículo costuma  provocar, sobretudo nas crianças e jovens, mal-estar geral, febre, náuseas e vómitos.

Esse problema é uma emergência médica. Às vezes, o urologista tenta distorcer o testículo manualmente. Se isso não adiantar, é necessária uma cirurgia imediata para salvar o testículo. Uma incisão é feita no escroto para que o cordão possa ser distorcido e o testículo fixado no lugar com uma pequena sutura. Se o testículo tiver sido afetado pela falta de circulação sanguínea, ele poderá ser removido. O testículo que não foi afetado também pode ser fixado durante esta cirurgia para evitar que aconteça o mesmo futuramente

O tratamento quando tiver necessidade cirúrgica  deve ser realizado num período máximo de 8 a 12 horas para que não haja prejuízo da qualidade dos espermatozoides.


Fonte blog ABC da Saúde e Medipédia
 

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