O que fazer quando os testículos não desceram para a bolsa escrotal

Há três
formas de apresentação:
1. Testículo ectópico – O testículo
encontra-se fora do seu trajeto normal de descida, por exemplo, no períneo (nas
mulheres, parte de baixo da vulva até o ânus e, nos homens, entre o saco
escrotal e o ânus), acima do púbis (osso mais anterior dos três que compõem a
pelve) ou ao longo da face interna da coxa.
2. Descida incompleta – O testículo
está dentro do abdômen ou em algum ponto do canal inguinal.
3. Testículos retráteis (testículo
hipermóvel) – O testículo está na bolsa escrotal, mas em algumas ocasiões
contrai-se para o canal inguinal.
A criptorquidia é uma das afecções mais comuns da
infância, acometendo cerca de 1% da população masculina. Apesar desta elevada
prevalência, sabe-se ainda insuficientemente a cerca da sua etiopatogenia.
Dispõe-se atualmente de diferentes teorias para explicar a migração do
testículo da posição intra-abdominal para o escroto as principais causas e
condições do paciente associadas a essa doença podem ser:
ü Alguém
da família com criptorquismo
ü Prováveis
mudanças hormonais durante a vida fetal (ainda dentro do útero)
ü Prematuridade
ü Ausência
de gubernaculum testis (cordão fibromuscular que por tração traz o testículo
para a bolsa escrotal) a maioria delas relacionada com o desenvolvimento do
gubernáculo.
O gubernáculo é uma estrutura mesenquimal que assume
inicialmente um formato de prega ou fita, extendendo-se desde o testículo junto
ao mesonefro, atravessando os anéis inguinais em formação e indo até a região
inguinal. O alongamento da porção do gubernáculo distal ao anel inguinal
profundo exerce tração na porção abdominal do mesmo e assim traz consigo o
testículo gradualmente para baixo. O próprio alongamento do gubernáculo distal
dilata o anel inguinal, favorecendo a migração testicular auxiliada também por
aumento periódico da pressão intra-abdominal. Finalmente, a regressão do gubernáculo
permite a formação do processo vaginal, completando o processo de descenso
testicular.
Os
fatores responsáveis por este processo não são totalmente claros, mas parecem
envolver presença de androgênios e ou gonadotropinas, assim como a integridade
do eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal.
A
criptorquidia ocorre quando um deles ou os dois ficam parados em algum ponto
desse caminho por causa de hérnias ou anomalias na conformação do abdômen
inferior.
Assim que
a criança nasce, é importante verificar se existe ou não criptorquidia. Quando
o testículo não desce dentro do primeiro ano de vida, durante um ano, um ano e
meio, porque eles podem migrar naturalmente. Se os testículos não estiverem
situados na bolsa escrotal, a conduta é observar como evolui o caso e deve ser submetido a uma avaliação, sendo
que nessa idade recomenda-se uma cirurgia definitiva para prevenir que o
testículo sofra uma lesão permanente, uma vez que a temperatura testicular deve
encontrar-se abaixo da temperatura corporal (1° a 1,5° abaixo).
Quando o testículo encontra-se palpável no
escroto, significa que desceu, mesmo que possa se apresentar retrátil
subsequentemente. Embora o testículo retrátil encontre-se na bolsa escrotal,
casualmente pode voltar para o canal inguinal, devido à ação do músculo
cremaster, responsável por retrair os testículos anteriormente à puberdade.
Este condição, por sua vez, não necessita de nenhum tratamento, pois
habitualmente é passageira, sendo corrigida espontaneamente antes da
adolescência.
Os
testículos que não migram naturalmente para o escroto são considerados anormais
para o resto da vida do paciente e apresentam maiores chances de desenvolverem
câncer mesmo que levados artificialmente para o saco escrotal. Este ato, por
sua vez, permite uma produção adequada de espermatozóides, bem como um exame
preciso destas glândulas, possibilitando detecção precoce de neoplasias. Outras
possíveis complicações dessa condição são hérnias, torções testiculares e,
também, a infertilidade, sendo está última consequência da temperatura
testicular inadequada.
Tratamento
Existem
dois tipos de tratamento, através de medicamentos e cirúrgico.
A
Gonadotrofina coriônica (HCG), pode ser usada intramuscular, 2 ou 3 vezes por
semana, durante 6 semanas. A HCG usada até os 6 meses pode promover o
rebaixamento do testículo em alguns meninos.
TRATAMENTO
HORMONAL DA CRIPTORQUIDIA
Como foi
dito anteriormente, quando o testículo não desce naturalmente para a bolsa
escrotal, esta descida deve ser feita artificialmente, através de um
procedimento cirúrgico (orquiopexia) ou terapia hormonal (B-HCG ou
testosterona), sendo que o primeiro método é o de eleição.
O
tratamento hormonal da criptorquidia data de 1928, diante da observação de que
substância presente na urina de mulheres grávidas estimulava as glândulas
sexuais. Existem atualmente quatro proposições de tratamento hormonal, sendo
que os resultados são muito variáveis. Apesar da demonstração de que a testosterona
possa induzir o descenso testicular em crianças e animais com criptorquidia,
esta forma de tratamento não é empregada na prática clínica.
A gonadotropina coriônica humana (hCG) é a
forma terapêutica mais empregada. A combinação de gonadotropina humana pós-menopausa
(hMG) e hCG induzia boas respostas em termos de histologia testicular, mas em
muitos casos não se mostrou superior à hCG isoladamente no descenso testicular.
Finalmente a administração intra-nasal de fator liberador de hormônio
luteinizante (LHRH) foi prosposta em 1975 como forma simples e não invasiva de
tratamento. Todavia, estudos duplo-cego recentes demonstraram que o LHRH é
menos efetivo que a hCG, e não parece promover aumentos significativos nos
níveis tanto de LH quanto de testosterona.
O uso da
gonadotrofina coriônica (hCG) provoca o amadurecimento transitório e mais
rápido do testículo, auxiliando a fase final da migração. Na maior parte dos
casos, porém, sobretudo quando o problema é unilateral, a melhor opção de
tratamento é a cirurgia para liberar o testículo das aderências que se formaram
dentro do abdômen a fim de permitir que o cordão espermático o conduza para a
bolsa escrotal.
Assim
sendo, a hCG constitui a terapia medicamentosa mais aceita no tratamento da
criptorquidia. Entretanto, os efeitos no descenso testicular são muito
variáveis, oscilando de 80% de bons resultados até nenhuma resposta. A
heterogenicidade na patogênese e diferenças na seleção dos pacientes (inclusão
ou não de testículos retráteis) nos protocolos justifica esta variabilidade.
Com relação à dose injetada, observou-se que pequenas doses se mostraram
insuficientes, enquanto doses elevadas de até 5000 UI induziam edema doloroso
de escroto e testículos, assim como em alguns casos alterações histológicas.
Como
conclusões a cerca do tratamento hormonal, sabe-se que os resultados médios de
sucesso terapêutico são de 40%, e que se as chances de sucesso são maiores para
testículos inicialmente inguinais em comparação com os abdominais (4 vezes
mais). A hCG é a melhor opção disponível, a dosagem mais aceita é de 100 UI /
kg, máxima de 1500 UI IM semanalmente por 3 semanas. O tratamento constitui uma
opção válida em evitar cirurgia num bom número de pacientes e oferecer à
família uma tentativa inicial de tratamento não cirúrgico. Deve ser indicada
após primeiro ano de vida, e no caso de insucesso deve ser realizada a cirurgia
antes da criança completar dois anos de idade.
Pode ser
usado também o hormônio liberador do GH na forma de spray nasal.
O
tratamento cirúrgico se divide em orquidopexia (fixação dos testículos à bolsa
escrotal) realizada em pacientes até aproximadamente 1 ano de idade .
Caso o
diagnóstico seja realizado tardiamente, por exemplo, na fase adulta, pode ser
necessária a remoção cirúrgica dos testículos -orquiectomia (retirada dos
testículos) em pacientes pós-púberes.
Como é
feito o diagnóstico
Existem
três tipos de exames que podem ser pedidos para localizar o testículo:
- Ultrassonografia – pode localizar testículos
não evidentes.
- Tomografia Computadorizada – avaliação da
cavidade abdominal.
- Laparoscopia – feita em caso de testículos
não palpáveis para fins diagnósticos e terapêuticos.
A comprovação diagnóstica só se dá através de
dados clínicos somados aos exames de imagem
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Criptorquia
http://www.cirurgiaendocrina.com.br/criptorquidia.html
http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/criptorquidia/
http://www.cirurgiaendocrina.com.br/criptorquidia.html
http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/criptorquidia/
Rasmussen, TB;
Ingerslev, HJ; Hostrup, H : Natural history of the maldescended testis. Horm
Res 1988, 30: 164-66
Hadziselimovic, F : Pathogenesis and treatment of undescended testes. Eur J Pediatr 1982, 139: 255-65
Hadziselimovic, F : Pathogenesis and treatment of undescended testes. Eur J Pediatr 1982, 139: 255-65
Muito bom teu texto, meu filho fez a cirurgia com 8 meses...te convido para conheceres nosso blog www.tempoemcasa.blogspot.com. Bjs lizandra
ResponderExcluirEu de orquídea no testículo ano passado e aí meu testículo subiu e nunca desceu o que isso pode ser?
ResponderExcluirEu de orquídea no testículo ano passado e aí meu testículo subiu e nunca desceu o que isso pode ser?
ResponderExcluirNão entendi o que vc teve, deve procurar um urologista. Abraços
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