A rotina faz o hábito
Hoje nossa colunista tem uma conversa franca sobre a realidade virtual os prós e contra de viver neste mundo cibernético apenas...
E para cada ação, uma reação!
Desde o momento em que a criança
nasce é influenciada por uma série de hábitos pessoais, costumes culturais ou
não, adequados ou não, vividos pelos próprios pais, professores e comunidade, sejam
na forma de se alimentar, consumir, comportar, comunicar, etc. Ter preferência
por esta ou aquela religião ou por esta ou aquela prática esportiva ou
artístico-cultural, etc. Aos poucos, ela vai se apropriando, construindo a sua
identidade, desenvolvendo padrões básicos de comportamento, que formará a base
para a sua socialização. E, no decorrer de sua vida, vai fazendo outras
escolhas, dando lugar aos costumes mais vigentes, e desapegando de alguns
costumes, normas e valores constituídos pela família, escola e comunidade onde
viveu.
Segundo o professor universitário
Wellington Martins, mestrando em Filosofia, ética e política pela PUC/SP, “tudo
o que é recorrente, em nossa vida particular, merece uma atenção mais aguçada
que as outras coisas menos comuns. Na vida social também é assim. Aquilo que se
repete, que tem uma constância, comumente merece maior atenção. São os hábitos!
Que ora amamos, por facilitarem nossa vida, ora odiamos, por nos rotinizar.
Mas, ainda assim, sempre estamos em busca de, não só identificar, mas também
criar novos hábitos. Charles Peirce, dizia que “as ciências existem para
identificar regularidades no mundo!” (cf). Isto é, fazer ciência é encontrar
aquilo que se repete na realidade. Por exemplo: a lei da causa e efeito só é
aceita porque todos nós, quer cientistas ou não, vemos essa lei em nosso dia a
dia, em nosso cotidiano. Por isso, podemos dizer que é um “hábito”
incontestável da realidade vivenciar a afirmativa: para toda ação, uma reação!”
É na tenra infância, por exemplo,
que formamos nossos hábitos alimentares, que se não forem corrigidos a tempo,
irão aumentar os riscos de várias doenças, em particular, a cardiovascular. A
criança que está acima do peso, hoje, se assim manter na vida adulta, sofrerá
com as consequências da obesidade. É na adolescência e início da vida adulta
que o fumo e o álcool passam a visitar os momentos de lazer. Inicialmente, com
a ingenuidade e a simplicidade de apenas uma tragada e um gole, mas podendo
estar a alguns passos do tabagismo e do alcoolismo, situações de dependência
química, que comprometem diversos órgãos do nosso corpo.
É desde pequeno, que a cultura de
consumo ou o ato de consumir começa a fazer parte do cotidiano das crianças.
Saber consumir e escolher o que consumir depende muito da educação para o consumo
que a criança recebeu. E têm como referência, exemplos rotineiros praticados
pelos próprios pais, como: economizar água e energia, reaproveitar o que pode, comprar
só o que é necessário, evitar o desperdício, zelar pelas suas coisas e pelo
meio ambiente, etc. De forma que auxilie, na formação de um (a) consumidor (a)
mais consciente, que não se deixe influenciar pelas mídias, que seja responsável,
capaz de planejar as relações de consumo e atuar de forma crítica, refletindo
sobre seu papel e as consequências de suas escolhas em nível individual e
coletivo, para a sua vida e também para o meio ambiente.
Atualmente, as Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC) têm se destacado quando se trata de mudança de
hábito e comportamento. Quase ninguém, hoje, consegue viver sem TV, celular e internet.
A maioria dos estudantes e professores, com certeza, não se prendem mais em uma
biblioteca em busca de livros impressos, pois basta acessar a rede e já
encontram “n” possibilidades de e-books, tanto para os professores, para o
preparo das aulas, quanto pesquisas para os alunos. Nunca se fez tanta coisa ao
mesmo tempo. Através da internet, eles se comunicam com amigos, fazem os
trabalhos da escola, fazem leitura, escutam música, através das rádios on-line,
entre outras coisas. No entanto, no campo das pesquisas, a boa fé dos internautas,
pelas informações contidas na internet, tem os levado a acreditar que tudo que
está na internet esteja correto ou verdadeiro. Sem ler, analisar ou questionar,
suas pesquisas e trabalhos ficam, cada vez, mais superficiais e incompletos. Esse
mau hábito os conduzirá à imperfeição/deficiência ou a meros repetidores do que
mal leem de relance. O professor mediador deve estar, sempre, atento a esses e
outros vícios, tanto da leitura quanto da escrita vigente.
Imagens do google |
Fico pensando, não consigo
imaginar essa chamada “Geração Z”, em uma sala de aula, usando, ainda, o quadro
e o giz, livros, cadernos e canetas. Será que assim, a escola, ainda, chamará
sua atenção? Embora, haja tantos
equipamentos ricos, ainda existem escolas que continuam com o velho método
tradicional. Uma rotina que vem sendo
seguida há quase um século. Como disse uma diretora daqui do meu estado - essa
é uma geração em que “as escolas são do século 19, os professores do século 20
e os alunos do século 21”. Ela disse: “São incontáveis os ganhos de
aprendizagem proporcionados pelas novas tecnologias, pela facilidade/rapidez e
fascínio que exercem sobre os alunos, entretanto, a maioria dos professores,
ainda, não sabe lidar com esse novo e rico material didático”. Segundo Silva,
“se a escola não inclui a internet na educação das novas gerações, ela está na
contramão da história, alheia ao espírito do tempo e, criminosamente,
produzindo a exclusão social ou a exclusão da cibercultura”. (SILVA, 2005).
Imagens do google |
A grande verdade é que a internet
vem des/estruturando antigos modelos. A comunicação, então, vem incorporando,
de tal forma, na vida, de grande parte das pessoas, que tem acesso, que ninguém
consegue imaginar suas vidas sem a mesma. Virou mesmo uma mania. No WhatsApp, jovens
e adultos comunicam-se com a família, colegas e amigos. Falam todos os dias,
mas pouco se veem, mesmo morando próximos, uns dos outros; e o pior, essa
frequência acaba alimentando a saudade e a ausência de algumas pessoas. Muitas pessoas abrem mão da convivência real
– de um bate – papo mais informal, de um passeio com a família, de um jantar
fora com amigos, de ir ao cinema, para se dedicar às redes sociais. Alguns
membros da família, mesmo dentro de casa, vivem isolados, cada um com seu iphone,
em frente à TV, teclando com outras pessoas, sem trocar uma palavra entre elas.
Quando não estão comunicando online, estão tirando fotografias delas mesmas -
outra mania “selfie”.
No Facebook, as pessoas se
curtem, interagem, trocam mensagens e edita a própria vida, cada um se
Imagens do google |
Enfim, que as TICs têm inúmeros
recursos que facilitaram muito a nossa vida, mas, infelizmente, nos prendem
demais, não podemos negar. Mas precisamos encontrar um equilíbrio, não deixar
que nossa vida virtual seja mais prazerosa do que a real. Não podemos
transformar vínculos reais em superficiais. Como disse um pensador, que não me
lembro agora o nome - “A nossa vida é muito curta para ser tão pequena”. Como
você vê essa transformação de hábitos e costumes, nos dias de hoje? Que reação
você percebe dessas ações vigentes?
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