O moleque é autista, a princesa não!

Hoje vamos falar da irmã do Pedrinho a Catharina, a princesa do castelo...
 
 
Pedrinho já é bem conhecido de vocês, mas falo muito pouco sobre Catharina. E hoje eu quero falar, justamente, sobre como o(s) irmão(s) do autista fica(m) lá, quietinho(s), enquanto o autista se torna o centro das atenções e preocupações.



Catharina nasceu quando Pedro estava para completar 2 anos, a diferença de idade dos dois é de 1 ano e 10 meses; Pedrinho ainda era um "bebê" e eu realmente não sabia como faria para conciliar a existência dos dois, mesmo ainda não sabendo que logo receberíamos um diagnóstico.



Quando Cath nasceu o trabalho dobrou, literalmente. Sim! Porque Pedrinho ainda usava fraldas, chupava chupeta, dependia de mim para dormir, ainda não falava e (pasmem!) acordava três vezes durante a noite para tomar mamadeira.
Passados dois anos, tenho a sensação de ter filhos gêmeos; ou, se não fosse o tamanho, daria para dizer que ela é mais velha. Ela é mega independente, fala explicadinho tudo o que quer, dá ordens, lidera as brincadeiras, pede "por favor", "obrigada", "com licença", come sozinha sem fazer meleca, bebe no copinho sem canudo, é vaidosa, percebe rapidinho quando a gente vai sair, sorri para a foto... enfim, faria uma lista infinitamente maior para descrevê-la, mas as conversas, as ações, as preocupações são todas voltadas para Pedro, em primeiro lugar.



Mesmo que ela seja a pequenininha, mesmo que ela ainda seja um "bebê" (como era Pedrinho quando ela nasceu), é sempre dele a cena (mas ela sabe rouba-lá com maestria).



Sei que todos dirão que é perfeitamente compreensível essa postura, mas tentamos fazer o máximo para não transparecer no dia-a-dia. Nosso propósito é criar, amar, educar, cuidar na mesma proporção. Demostrar o mesmo amor, na mesma medida, mesmo que ambos sejam diferentes. Procuramos dar a cada um o que cada um precisa, deixando-os seguros, certos de que sua individualidade é preservada mas que as diferenças entre os dois não são parâmetro para serem mais ou menos amados. 



É preciso pensar na pessoa por trás da deficiência.



É preciso lembrar que todos são igualmente filhos e precisam de nosso amor, carinho, compreensão e, sobretudo, presença.
Um exemplo disso é a hora do almoço. Enquanto o moleque varia seu cardápio entre arroz e macarrão, a princesinha é quase um triturador e nada escapa ao seu paladar (frutas, verduras, massas, carnes, doces, sucos, cebola crua, farofa); então nunca falta arroz ou macarrão e sempre tem umas coisinhas a mais para deliciar o paladar voraz da nossa queridinha.



Não é fácil levar as coisas com tanta naturalidade. 
Nem sempre é possível agir como se ambos fossem iguais. Sabemos das dificuldades e limitações dele e reconhecemos que ela é peça fundamental para seu constante desenvolvimento.


E, por falar em desenvolvimento, mês passado foi aniversário do moleque; completou 4 anos!!! Momento muito especial para todos nós que presenciamos a primeira vez que ele assoprou as velinhas do seu bolo. Tudo conforme suas predileções do momento: aranhas e caveiras; aproveitamos a deixa para fazer uma festa de halloween, com direito a fantasias (handmade, claro!), teias de aranha e cara de abóbora! 



Foi aniversário dele mas todos se divertiram, inclusive ela, a nossa princesa, que não quis ser bruxinha, nem monstrinha e esbanjou charme em sua fantasia de abóbora.



Cada dia é um novo dia, é uma oportunidade de melhorar, de aperfeiçoar essa relação. Cada deslize serve de degrau, de incentivo para rever o que estamos fazendo de errado e providenciar o acerto.
Cada filho é uma benção e veio para nos ensinar a amar alguém além de nós mesmos



 
Beijos +Dali Valentim 

3 comentários:

  1. Eu gosto muito do seu blog. Você consegue transformar um assunto denso em algo leve e descomplicado.
    Princesas são ótimas, não? O que mais amo nelas, é a capacidade de nos ajudar sem que precisemos pedir, a cumplicidade, o grude, o carinho... também tenho uma princesa em casa que me ajuda inclusive na hora dos esporros! Nessas horas eu baixo a asinha dela, porque afinal sou a rainha né?
    Bjs, saúde e felicidade pra Famiglia toda.

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  2. Linda a Cath independente. Lidar com as diferenças dos filhosé complicado, as diferenças de idade, de comporatmentos, de interesse, etc. Imagino como seja quando um precisa de cuidados especiais. Mas a Cath é linda e esperta e, como você disse, sabe roubar a cena e ter o seu espaço.
    Lindo o post.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com

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