Crianças agressivas
Oi Gente!!!
A dra. Claudia traz hj na sua coluna uns dos temas campeões de pedido, como lidar com a agressividade infantil e o temido terrible two.
Olá pessoal,
Desta vez o tema escolhido, foi o mais sugerido pelas mamães leitoras do blog: Crianças agressivas e a fase dos “terrible twos”.
Crianças que fazem birras ou escândalos sem necessidade, que agridem os amiguinhos ou irmãos, xingam e batem na mãe ou no pai e outros adultos, é um assunto que preocupa a maioria dos pais.
A agressividade física ocorre em crianças menores porque a comunicação corporal é anterior ao desenvolvimento da capacidade de falar. As crianças pequenas, de 1 até 3 anos, em geral podem ser mais agressivas porque seu aparelho para pensar ainda está em formação e é primitivo, e a criança ainda não conhece outros meios de conseguir o que deseja.
Motivos
Podem ser variados os motivos, mas os principais são: chamar a atenção das pessoas, a dificuldade de aceitar o “não”, nervosismo por alguma frustração, entre outros.
Como lidar
Ø Converse - Uma forma de compreender a criança é conversando. Pergunte a ela porque está agindo desta forma. Talvez ela ainda não saiba colocar em palavras, então você pode ajuda-la, colocando as suas hipóteses em palavras, até a criança encontrar alivio ao ver que você a compreendeu e traduziu em palavras aquilo que emocionalmente lhe perturbava. O sentimento que era incompreendido, passa a ser compreendido pela mãe ou o pai. A agressividade infantil está ligada à dificuldade de se expressar para o outro e principalmente para si mesma. Ajude esta criança a se expressar, para que assim seus pais ou cuidador possam reconhecer os sentimentos dela. Muitas vezes a criança apenas necessita de atenção, portanto escute o que ela tem a falar. Peça que ela fale das insatisfações e frustrações para poder entender o que vem acontecendo com ela. Fale também que continua amando ela, mas que não aprova o comportamento que ela vem tendo.
Imagem retirada do google |
Ø Discipline- Opte por disciplinar a criança após a birra, que é o momento em que ela está colocando para fora sua frustração e seu descontentamento. Evite dar broncas e repreender seu filho na frente de outras pessoas para que ele não se sinta constrangido e você também. Ignorar a birra costuma dar ótimos resultados. Em lugares públicos, se a birra persistir e você estiver se sentindo constrangida, tire o seu filho do ambiente sem demonstrar irritação e sem conversar. Sua atitude mostrará desaprovação. Após ela parar de fazer a birra, você se abaixa para conversar. É sempre muito importante que a criança compreenda o que fez e o porquê de sua ação. Explique que esse tipo de atitude agressiva não é uma conduta boa e fale sobre a prática de boas condutas. Antes de sair, converse com o seu filho e o contextualize sobre o passeio. Diga como espera que ele aja, o que ele poderá fazer ou não. E conte as consequências para o seu mau comportamento. Fale também sobre o respeito pelo outro e principalmente para com os pais e adultos.
Ø Não castigue - Castigar os filhos agressivos é agressividade. Se o pai castiga o filho aumenta o ódio dentro dele e ele será mais agressivo e isto se tornará um circulo vicioso. Em geral as crianças refletem com os outros a conduta de seus pais em casa. Tome cuidado para não reprimi-lo demais, pois ele pode se revoltar. Descarte palmadas, tapas, puxões de orelha ou qualquer outro comportamento agressivo para tentar conter uma birra.
Ø Não permita essa atitude do seu filho - Pais que são muito permissivos com a criança agressiva, estão piorando este quadro de agressividade no filho, pois não colocam limites, e muitas vezes é isso que ela esta pedindo. Ela precisa sentir-se cuidada. Dar tudo o que ela quer é descuidar de uma criança. Deixar que ela faça o que quiser é sinal que ninguém cuida dela. Por isso criança precisa ser cuidada por um adulto para dizer o que pode e o que não pode e o porquê, até que ela cresça e aprenda a cuidar de si mesma. Jamais ceda às manipulações, como choros, pedidos de ajuda e reclamação de possíveis desconfortos.
Ø Entenda o que esta acontecendo - Pensar no que você chama de agressividade? Será que é muita energia dentro dela e a necessidade de extravasa-la? Então o caminho é praticar algum esporte que ela goste. Atividades livres também são importantes, por isso se ela tem muita energia, não ocupe todo o seu tempo livre praticando esportes dirigidos. Ela pode fazer um esporte e também brincar ao ar livre com os amigos. Não deixe que a opinião de pessoas desconhecidas lhe afete. Ignore os olhares de reprovação, ou aqueles que dizem: “ah, se fosse meu filho…” Você conhece sua criança e deve buscar o que é melhor para ela. Leia, busque informações sobre esta etapa, converse com quem tem filhos nesta idade, procure quem possa ajudar, crie sua técnica e adote um mantra: “é normal e vai passar, é só manter a calma.”
Ø Fique atenta - Crianças que se auto-agridem recorrem a esse tipo de atitude como mais uma tentativa de conseguir a atenção dos adultos e, quase sempre, conseguem porque descobrem que esse comportamento provoca comoção nos pais. Por mais que possam se preocupar, os pais devem manter a ideia de que “sem plateia não há show”. O ideal é conter a ação da criança sem dar atenção ou demonstrar comoção pela atitude. Se a criança começar a apresentar comportamentos autodestrutivos frequentemente em situações cotidianas, como se arranhar, bater em sua própria cabeça e puxar os cabelos, vale a pena consultar um psicólogo porque isso pode indicar uma tentativa da criança de evitar o contato com algo que esteja lhe causando angústia. Observe o comportamento dele.
Ø A escola pode ajudar - As escolas precisam ter profissionais que compreendem o universo infantil. Em situação de agressividade este profissional deve ouvir a criança com toda a atenção e acalma-la. Se o sofrimento for intenso e a conversa com o profissional não bastar, deve-se encaminhar a criança para um psicólogo infantil que ajude a criança a administrar e organizar seus sentimentos de ódio e que oriente os pais. Converse com os professores, peça-lhes ajuda, e escute todas as críticas sobre seu filho, para compreenderem melhor o que se passa.
A agressividade na infância ocorre em todas as fases, mas tem uma que é a mais difícil de lidar, que é o famoso “terrible two” (terríveis dois anos, como citado na literatura em inglês).
A adolescência do bebê, primeira adolescência ou os “terrible twos”, é a fase em que a criança passa a se comportar de modo opositivo às solicitações dos pais. De repente, a criança que outrora era tida como obediente e tranquila passa a berrar e espernear diante de qualquer contrariedade. Bate, debate-se, atira o que estiver à mão e choraminga cada vez que solicita algo. Diz “não” para tudo, resiste em seguir qualquer orientação, como aceitar com tranquilidade as decisões dos pais, para trocar uma roupa, sair de um local ou guardar um brinquedo. Para completar, não atende aos pedidos e parece ser sempre do contra. Esse comportamento é comum a partir de 1 ano e meio até os 3 anos de idade.
A causa para esse período é simplesmente o próprio desenvolvimento natural da criança. A fase dos 2 anos de idade é um período de grandes mudanças para ela. Até então, o pequeno seguia os modelos e as decisões dos pais. Gradualmente, ele passa a se perceber como indivíduo, com desejos e opiniões próprias, e isso gera uma enorme necessidade de tomar decisões e fazer escolhas por si. Sem dúvida, isso acaba gerando uma grande resistência em seguir os pedidos dos pais. Não é exatamente uma ação consciente da criança, mas uma tentativa de atender a esse desejo interior, a essa descoberta de si como um ser independente dos pais. No entanto, ao mesmo tempo em que ela quer tomar suas decisões, ainda tem muitas dificuldades para fazê-lo, dado que ainda não tem maturidade suficiente. Ela discorda até dela mesma! Se você pergunta o que ela quer comer, naturalmente ela responderá: “Macarrão”. Mas, quando você chega com o prato de comida, ela diz: “Eu não quero!” Suponha que você está com pressa para ir a algum lugar. Seu filho está de ótimo humor até você dizer: “Preciso que você entre no carro agora”. Ele fará tudo, menos atender à sua solicitação. É uma fase difícil para os pais e também para as crianças. É uma experiência intensa, emocionalmente e repleta de conflitos, pois ao mesmo tempo em que a criança busca essa identidade, ela não quer desagradar seus pais – por mais que isso não pareça possível.
Não há a necessidade de tentar evitar esse período e nem há como fazê-lo. O importante é conhecer e lidar de modo construtivo com essa fase dos pequenos.
Nem todas crianças passam por essa fase. Não é uma regra. Algumas crianças demonstram essas características mais intensamente do que outras.
Terrible two é um período complicado para as crianças, mas os pais também precisam se adaptar. Precisam fazer o ‘não’ ser aceito pela criança, amar, dar carinho não significa permitir tudo. Não adianta dizer ‘não’ e não sustentar, ceder à vontade dos filhos. Os ensinamentos dessa fase espinhosa serão valiosos. No futuro, uma criança que não se acostumou a ter limites, a lidar com a perda ou a dividir pode se tornar um adulto intolerante ao fracasso. A criança sempre vai querer mais. O perigo é ela se tornar uma criança que manda em casa. Muitos pais servem ao filho e isso é uma inversão de papéis. A obrigação deles é ensinar, e não o contrário.
Passar pela adolescência dos bebês não é fácil, mas é possível. Veja algumas dicas:
Passar pela adolescência dos bebês não é fácil, mas é possível. Veja algumas dicas:
· Mude o tom de voz quando estiver chamando a atenção da criança. Falar da mesma forma pode confundi-lo.
· Transmita autoridade. Seja firme, sem partir para a violência.
· Lembre-se de que os desejos vão mudando de acordo com a faixa etária, mas sempre vão existir. Tenha firmeza para delimitar o que pode e o que não pode
· Pais (e mães, principalmente) que trabalham fora geralmente sentem muita culpa em dizer “não” quando estão com os filhos. É importante que lidem com isso, uma vez que negar vontades não significa dar menos carinho.
· O caráter começa a se formar ainda nos primeiros anos de vida. Por isso, é importante que, desde cedo, os pais imponham limites e mostrem autoridade.
· A partir dos 2 anos, as crianças já são capazes de entender explicações. Logo, paciência é essencial: ainda que você tenha que repetir várias vezes o porquê de um comportamento estar errado, persista.
Crianças, assim como nós, adultos, também ficam bravas, tristes, frustradas e chateadas – isso é natural do ser humano. Ao longo da vida, ela vai se deparar com diversas situações que despertarão esses sentimentos nelas e a infância é a melhor fase para aprender a lidar com esses sentimentos inevitáveis. Assim, se quiserem contribuir de modo positivo com o desenvolvimento emocional e psicológico dos pequenos, os pais devem parar de tentar poupá-los de situações frustrantes e passar a explicar esses sentimentos, apontando caminhos para que consigam lidar com eles. A criança não nasce sabendo a lidar com seus sentimentos, ela testa suas ações e vai construindo seus modos de agir.
Explique e negocie sempre. Se você estiver perdendo o controle, respire fundo e afaste-se. Quando se sentir melhor, chame a criança e converse. Mas nunca deixe uma crise sem resposta, ou a criança vai se acostumar a não ter consequências para seus atos. Fique calma e tente entender o que está acontecendo com seu filho para que assim possa ajuda-lo.
Beijo da Psicóloga Cláudia Silva
Adorei.
ResponderExcluirTema abordado de força clara, passei por isso é depois de muitas conversas e atitudes melhorou.
Bjs
Vivi
Olá Vivi, que bom que gostou. Conversar com a criança, realmente é muito importante. bjs
ExcluirAgressividade das crianças é um problema que muitas mães não sabem como lidar, o meu sobrinho tem 10 anos e ele está nessa face, ele fica agressivo quando chamamos a atenção dele ou quando impedimos ele de fazer algo. Conversar é o melhor caminho, muitas mães preferem bater do que conversar, temos que lembrar que essa é uma face da idade, excelente assunto abordado, parabéns Dr. Cláudia Silva, beijos.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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ExcluirMuito obrigada! Sim, o melhor caminho é conversar e disciplinar. Manter a calma e observar sempre! beijos
ExcluirMaravilhoso, dra Claudia!!
ResponderExcluirAdorei!!
Meu filho e minha nora passaram por quase tudo. Sofreram muito. Meu netinho, quando era contrariado, ficava muito nervoso. Eles estavam perdendo o controle, não sabendo como agir; então, procuraram uma psicóloga para se orientar melhor. Foi muito bom. E, graças a Deus, meu netinho melhorou muito. Hoje, está ocupando mais o seu tempo, fazendo mais atividades - foi para escola, faz natação e futebol . Há 8 meses, depois que estava com 5 anos, ganhou um maninho. Aceitou muito bem no início, depois começou a ficar com ciúmes, mas parece que os pais estão mais preparados, e estão conseguindo conciliar/se conter, para que não gere mais ciúme. Foi ótimo!! Beijos!!! Nilva
Nilva, que bom que ele melhorou, atividade física e psicoterapia ajudam muito. Agora ele terá que aprender a dividir com o irmão os brinquedos, carinho e atenção dos pais. Mas que bom que eles estão mais preparados, isso é importante. beijos
ExcluirAcredito que a melhor forma de contornar esses "ataques de birra" é o carinho e a atenção!! Sempre sendo firmes mas tentando entender o "porque" desse comportamento!! Também já falei muito sobre o terrible two no blog, é um assunto muito importante para orientar e ajudar as famílias!
ResponderExcluirBjs
Olá.
ResponderExcluirNão é fácil mesmo. mas como a Dra disse a conversa é o primordial para uma atitude como esta.
Lógico que combinada com as demais atitudes. Paciência e conversa são os mais indicados.
Adorei o post.
bjs, Pri
Mãe Sem Frescura
www.maesemfrescura.net
Graças a Deus o Rafa é uma criança muito calma, sempre que necessário eu converso com ele nunca precisei tomar atitudes extremas
ResponderExcluirBjcas
http://www.estou-crescendo.com/
Tema super pertinente e que veio a tona agora, com a explosão do menino na escola do rio né? Parabéns pela abordagem!
ResponderExcluirhttp://www.arianebaldassin.com/
No mundo atual está cada vez mais difícila missão de educar!! Adorei a abordagem!!! Utilidade pública!!
ResponderExcluirVou te contar, ooow fase abençoada viu kkk a Jú ta agora nessa fase dos terrbile twos, e ela mudou completamente, bate, morde, chora, grita e a paciência tem que estar sempre 100%. Boas dicas em ótima hora!!
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