Volta às aulas....Como fazê-las mais agradáveis?
Oi gente!
E lá vamos nós para o início de mais um ano letivo..
Meu desejo...que meu filho tome um sacode bem dado e que tome uma surra, mas de tanta vontade em aprender e que ele tenha saudade de ir pra escola até no final de semana rsrsrs
Nilva colunista no blog Mãe de moleque |
Mais um ano letivo se inicia para crianças, adolescentes e
adultos. Sempre, no começo há certa preguicinha, meio a um pouco de curiosidade
quanto...se há professores novos...colegas novos..., e o mais importante - uma
proposta nova trabalhada de maneira contextualizada, de forma que os
impulsiona/sacode, nas carteiras, provocando nos mesmos o desejo e a busca pelo
saber.
Na escola, todos estão preparados à espera do seu grande
público-alvo. A maioria da turma vem alegre, de certa forma, esperançosa,
adentrando o corredor da instituição. Uns vêm caminhando de passos mais lentos,
outros mais apressados. Cada um do seu jeito. A professora mais bem vestida do
que de costume já os espera na porta da sala. Sabe que a aparência será a
primeira coisa avaliada pelos alunos nos primeiros dias. As carteiras já estão
arrumadas, dispostas em círculo, haja vista que o momento permite o
estabelecimento de vínculos, tão importantes quanto necessários para a
socialização.
Para a professora, o início do ano também não é diferente,
tem um gostinho de novidade e de surpresas. Com apenas um olhar ela percebe muitos
alunos veteranos, mas muitos novos...E isso a deixa feliz e ansiosa. Ela pensa:
“Será como são? O que esperam de mim?” Começam as apresentações. Primeiro, a
professora se apresenta, falando seu nome, a disciplina que “dá” e seu estilo
de trabalhar. É importante neste primeiro dia esclarecer sobre o que e como
serão trabalhados os conteúdos, projetos, trabalhos, leitura de livros
literários que serão adotados no decorrer do ano e, consequentemente, estabelecer
com eles as regras de comportamento e como serão avaliados, no dia a dia. Depois,
cada aluno se apresenta, dizendo o nome e falando de suas expectativas para o
ano que começa.
A maioria dos estudantes, sempre, chega com boas perspectivas.
Quase todos muito educados...alguns são mais eufóricos, outros, os novos, meio
acanhados, mas animados, dá para perceber nos olhos de todos. A professora,
embora seja nova de sala, sabe por vozes dos mais experientes que “nos,
primeiros dias, a escola pode encantar ou desencantar os alunos”. O mistério
está em saber recepcioná-los com certa autonomia para mantê-los até o final do
ano com a mesma disposição. É a primeira impressão que faz gerar a seiva que os
vigorará o ano todo. Sem essa perspectiva inicial fica abafado o quê os conecta
com a curiosidade e o desejo de busca, de confiança no professor; de boas
expectativas, da escola, como um todo.
Sabendo disso, tanto a escola / equipe quanto a professora
prepara...lê...planeja uma ou duas semanas antes. Tudo começa pela semana
pedagógica, na qual a equipe docente, ao lado da coordenação e do (a) gestor
(a) dedica-se à tarefa de planejar acerca de tudo aquilo que será desenvolvido
durante o ano. Ensinar é como cozinhar, não basta a comida ficar saborosa, tem
que cheirar, ter boa apresentação. “Por mais delicioso que seja um prato tal,
ninguém irá querer provar se tiver aparência ruim”.
Lembro-me do meu primeiro dia de aula como professora,
preparei o texto “Parábola do Semeador” para turmas de 5º e 6º anos. Tinha como
objetivo fazer a leitura e análise do texto, e em seguida realizar o debate/a
discussão sobre o tema, com a participação de todos; e no final cada um faria a
produção escrita. Assim, a nova colega também fez, sabia que teria que preparar
bem, plantar uma boa semente. Que ali tinha vários tipos de solo. Mas não podia
perder a esperança mesmo que os resultados não fossem iguais. Tinha como
princípio que se a semente fosse bem semeada, o solo ia produzir bem e juntos fariam
uma boa colheita.
Assim, lançou a sua primeira semente. Procurando, na medida
do possível, interagir com os estudantes, dar atenção personalizada a cada um
deles. Fazendo gerar uma boa discussão e produção oral na sala. Quando notava
que um estudante se distraía, não se irritava; sem levantar a voz, aproximava
do mesmo e perguntava “como podia ajudá-lo ou se o mesmo estava tendo alguma
dificuldade?”. Só falava quando havia silêncio. Sempre com uma abordagem mais
positiva. Sem acusar o estudante de estar atrapalhando ou de não estar
participando. Assim, ela administrava a sua classe.
É interessante observar que quando o/a professor (a) abre
espaço, incentiva (sem impor) para os alunos também falarem; e consegue
conduzir bem a sua turma, ele ou ela conseguirá desenvolver melhor conexão
entre os mesmos (alunos). E além da generosidade e da troca de conhecimentos, a
função básica do conhecimento fica definida. É através da manifestação, da opinião
expressada que eles se revelam / deixam as suas marcas / expõem os seus
conhecimentos prévios, as suas dificuldades. E mais, aprendem a argumentar /
defender os seus próprios pontos de vista e passam a ouvir melhor os outros;
constituindo-se como sujeitos, se estabelecendo no contexto da coletividade,
sem ser sempre assujeitados. Dando mais significado a sua própria existência ali.
A revelação do pensamento os vincula uns aos outros. O
professor posiciona-se melhor quando todos participam. É o peneirar, o somar de
uma fala e de outras que os colocam à frente da porta do conhecimento, de forma
mais natural, fazendo com que aprendam mais e passem a procurar por informações
adicionais (pesquisas) a respeito daquilo que está sendo estudado. Evitando,
dessa forma, o tão conhecido desinteresse / falta de participação, falta de
opinião, falta de coerência e a não reflexão dos mesmos pelas aulas de: Leitura
e Redação, História, Geografia, etc. E, ainda, muda a velha prática do
professor de conduzir tudo sem a participação do aluno, determinando o que é
certo e o que é errado; muitas vezes, tendo como maior condutor o livro
didático. Que propõe um curso pronto, tendo o professor como o seu “repassador
de conteúdos”, da forma que lhe apresenta. Dando preferência maior pelas
atividades relacionadas às estruturas dos textos e gramática. Sem tarefas
criativas e puramente repetitivas.
Enfim, desse modo, acredito que os professores poderão
tornar as aulas muito mais agradáveis, principalmente, se forem mais receptivos
às falas dos alunos e promoverem aulas que tenham maior participação dos mesmos
desde a mais tenra idade escolar. Contribuindo, desse modo, para a formação de
bons leitores, produtores de sentido, assim, como é a língua no mundo, com
pessoas falando, discordando, acrescentando o quê sabem, o que é pessoal, o que
faz sentido para a sua própria vida. Mesmo que estes ainda não sejam leitores
preparados, de respostas prontas, certinhas vale a pena o professor considerar/
valorizar suas leituras.
Abraços
+Nilva Moraes Ferreira
Abraços
+Nilva Moraes Ferreira
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