Criança pequena prefere um trabalho a um brinquedo
Oi pessoal,
Nossa colunista vem hj com um papo bem legal e que sinto bastante por aqui, brincar de fazer o que gente grande faz.
Aqui chamamos de vida pratica...
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prof.ª Nilva- Colunista Blog Mãe de moleque |
Mesmo diante de tantas possibilidades de escolhas de
brinquedos que hoje o comércio oferece, muitas crianças optam por fazer uma
atividade “de verdade”, ou seja, “de gente grande”, como: regar as plantas, ajudar
o pai a lavar o carro, ajudar a mãe a esfregar o piso da garagem, auxiliar a
mãe a fazer as bolinhas do pão de queijo e as bolachinhas de nata, do que
brincar.
Eu digo isso porque percebo o quanto o meu netinho de seis
anos sente bem fazendo alguma coisa que seja significativa e necessária para
nós avós. Quando ele chega a casa, na fazenda, logo, ele quer moer o café, quer
tratar das galinhas, colher os ovos das poedeiras, quer ajudar a moer cana,
quer regar as plantas tirando água lá da bica, quer me ajudar a fazer biscoitos.
Quando vê que alguém vai tratar dos porcos, ele logo diz: “me espere, quero
tratar, quero ver”. Quer contribuir de alguma maneira. Quer conhecer. Mas
sempre conta com a presença nossa ou dos pais, ou seja, de um adulto por perto.
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Arquivo pessoal mãe de moleque |
É bem verdade que são afazeres que fogem do seu cotidiano, de
um habitante do interior de São Paulo. Mas ele gosta mesmo é de realizar alguma
coisa que seja séria, ou seja, verdadeira, e que seja mais reconhecida como uma
atividade de adulto. Em sua casa, ele não gosta muito de brinquedos usuais de
crianças. Ele gosta é de tocar órgão, de inventar alguma coisa que seja de
adulto. Mas, o mais importante para ele não é o resultado final - não é tomar o
suco da cana que ele ajudou a fazer ou comer o biscoito, por exemplos, como nós
adultos pensamos; às vezes, ele nem toma o suco ou come o biscoito. O que é
significativo para ele é o próprio fazer, é o processo. Mas, sempre, quando ele
está realizando algo, o elogiamos e falamos da importância e do benefício de
fazer tal coisa.
Observamos que através dessas ações, as construções afetivas
e cognitivas entre nós (avós), os pais, tios, irmãos ou outras pessoas ficam
mais fortalecidas. Como disse Karen Ambra, pró-Reitora comunitária e
coordenadora da brinquedoteca do Unifai (Centro Universitário Assunção), citada
por Gabriela Horta -"Estar ao lado dos pais - seja dos dois ou de um deles
- e fazer algo que não pertence apenas ao universo infantil, proporciona uma
sensação de autoconfiança e, consequentemente de autoestima fortalecida".
Com isso, gradativamente, além da criança ir desenvolvendo o
senso de independência e confiança em si própria, também nas outras
pessoas, uma vez que sua capacidade de ação, de liberdade e espontaneidade vai
sendo estimulada e respeitada pelo adulto. É claro que tudo tem um limite. Não
deve ser uma ação imposta e nem inapropriada pela idade. Deve ser uma ação que
lhe dá prazer, que surgiu de sua própria vontade natural de ajudar, pelo fato
de ter presenciado um adulto realizando, e que do mesmo modo acha que poderá
ser repetida ou feita por ela.
Ajudar nas tarefas de casa, sempre, fez parte da educação
dos filhos de outrora, estimulada pelos pais. É a educação para a vida. E,
segundo Adriana Friedman, educadora e antropóloga, especialista na área da
infância, e a experiência me dá esse conhecimento, é através delas que a
criança descobre novas habilidades, aprende-se a prevenir de acidentes domésticos,
compreende-se a importância da higiene - conscientizando da importância de manter
as coisas limpas e em ordem. Aprende também a ter disciplina, a ser solidária
com as pessoas e a ter responsabilidade, cuidando do que é dela e do que é dos
outros.
Assim, “o vínculo com a família fica mais fortalecido pelo
convívio, pelo sentimento de união, uma vez que estarão realizando algo em
comunhão”. Por isso, permita que seu filho ou filha; neto ou neta colaborem com
vocês, ajudando nas pequenas tarefas - limpando a mesa antes e depois das
tarefas escolares, guardando os brinquedos, colocando a sua roupa usada dentro
do cesto de roupa suja, mantendo o seu quarto e a casa sempre em ordem,
atendendo ao telefone de casa, cuidando das plantas e dos animais de estimação –
participando das atividades domésticas como verdadeiro componente da família.
Sempre, respeitando o ritmo de atuação de cada criança.
Testemunho de uma avó
Abraços da vovó Nilva!
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