O ócio, "o não fazer nada" incomoda, mas vale a pena desacelerar a sua vida e a de seus filhos...
O ócio, "o não fazer nada" incomoda, mas vale a pena desacelerar a sua vida e a de seus filhos...
Tornou-se um desafio para um grande número de famílias lidar com o tempo livre, sem literalmente "não fazer nada". A causa, além da correria do dia a dia, do estar sempre conectado, é o cérebro que não consegue mais se desacelerar .
E muito comum, hoje, ouvir as pessoas dizendo que não conseguem descansar mais. Quem tem filhos pequenos, então, é um desassossego total. Os bebês já não dormem mais como antigamente. E as crianças maiores e adolescentes também não conseguem relaxar. Logo que terminam de fazer algo, perguntam "o que vamos fazer agora", " não aguento ficar parado", como se tivessem que ficar o tempo todo fazendo algo, sem pararem um só momento.
Mas a grande verdade é que
o ócio, "o não fazer nada",
incomoda; muita gente diz. Já está comprovado, cientificamente, segundo
pesquisa feita por "Claudia
Hammond - BBC Radio 4, que "quando estamos descansando,
supostamente fazendo nada, nossa mente tem a tendência de passear pelos
pensamentos e nosso cérebro acaba ficando mais "ocupado" do que
quando está concentrado em uma só tarefa". Diferente do que pensávamos -
que parados, sem fazer uma tarefa específica, nosso cérebro estaria menos
ativo.
Mesmo se alimentando, os
pequenos, quase bebês, estão vendo um vídeo ou um desenho, e os maiores em
frente a TV. Depois da escola, vão para o inglês, a natação, aula de música,
ballet ou o judô, ou aula de teatro para aprender a representar. Só param
quando dormem.
(Aliás, segundo leituras,
nem dormindo pode ser classificado como um momento de não fazer nada.
Estudos mostram que quando dormimos o nosso cérebro fica fazendo uma verdadeira
faxina ou um verdadeira revisão do que foi feito durante o dia. Certamente, é
por isso, fazendo uma reflexão bem ingênua, que as mães dizem para os pequenos
- "vão dormir que a dor passa". "Amanhã é outro dia''. E tem
fundamento mesmo - "nada do que um dia após o outro" para pensarmos
melhor sobre algo.)
E o brincar,
descontraidamente, o improvisar, o criar ou ficar sem fazer nada...só fica
mesmo na teoria. Os brinquedos são os mais variados e para todos os gostos, mas
com tanta exposição e oferta de estímulos sonoros, visuais, físicos e
informativos, eles ficam desestimulados, sem saber com que brincar.
Nada chamam mais a atenção
deles, como o iPad, o tablet ou mesmo o celular. "Quero ver vídeo'', diz
meu netinho de dois anos e meio. Meu netinho de oito anos, apesar de
gostar bastante de fazer seus próprios "inventos", vamos assim dizer.
Se pergunto: "Que invenção é esta? Logo, ele diz: Do celular, vó".
" "Olhe aqui". Vai no YouTube e encontra vários
vídeos.
Mas, espaço para
criar não há, basta copiar. Imagino como fica a sua cabecinha cheia de
ideias, que já estão prontas. Por isso, talvez, as crianças estejam tão
ansiosas, irritadas e se alimentando menos.
Em fim, não há "nada
melhor do que não fazer nada". Deixar a mente vagar para estimular a
criatividade, a produtividade e garantir uma boa qualidade de
vida. Dar uma chance para a sua vida e para a criatividade de seus
filhos é a palavra de ordem.
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