A prática na sala de aula e a preparação do aluno para a vida
Oi pessoal, tudo bem por ai?
Em primeiro lugar fiquei imensamente feliz com a repercusão do texto sobre etica principalmente pelo interesse das escolas neste assunto me fez acreditar que ainda exista em algum lugar uma escola que meu filho será estimulado a pensar e a ser um cidadão de bem.
E a minha colunista querida, sempre tão atenta aos meus questionamentos sobre a educação do moleque (que de tanto cobrar a escola já sou conhecida como a mãe chata) me honrou com um texto seu sobre as minhas reflexões neste texto Competências maternas x futuro dos filhos
Apesar de a maioria de educadores, pais e alunos ser
conscientes a respeito da prática e de ensinamentos, na sala de aula,
sobretudo, acerca de valores que são importantes para a vida; infelizmente, o
que se sabe, é que, ainda, é insuficiente essa preparação, pois não tem dado o
valor e a freqüência necessária que precisa. Deixando, inclusive, de resgatar o
objetivo principal da Educação – que é não encher as mentes das crianças e
jovens, mas abri-las - conscientizando de que são mais capazes do que pensamos.
Uma vez que, o verdadeiro educador não é o que acumula conteúdos nos alunos,
arquivando coisas que eles nunca usarão na vida. Mas aquele que faz despertar a
fome de conhecimentos, o desejo da busca que lhes interessa, no momento.
Assim, se faz necessário que todos lutem por um objetivo
comum, sobre a vida em si, sobre o que funciona e o que é essencial trabalhar
nas escolas. Trabalhei quase a metade da minha vida em duas Escolas Públicas. Durante
quase trinta anos, fiz o melhor que pude; embora, preocupasse muito com os
conhecimentos e habilidades propostas pelo currículo, que muitos, ainda, o
chamam de mínimo; não deixava escapar a oportunidade que tínhamos com o
trabalho com os textos para ensinar algo sobre a vida, tais como: a importância
de saber valorizar / lidar com as pessoas/circunstâncias para poder gerar os
resultados esperados; o valor de se empregar uma postura e linguagem correta,
firme, mas amável; a diferença que faz por ter bons hábitos (boa higiene,
educação, gentileza e atenção) em tudo que fazemos; não esquecendo de que nunca
é tarde para mudar um hábito, assim, como uma atitude que nos faz mal. Que
nossas vidas são feitas de nossas escolhas. Que precisamos fazer por merecer,
ir à luta porque a vida não é fácil. Que só depende de nós.
Todavia, Elaine, quando me deparo com tantas angústias suas,
fico querendo ajudá-la. Mas logo penso - será que ainda posso e sei? Quando
você questiona “quanto à metodologia falida e arcaica que não presa a meu ver o
principal que é o "aluno", o que ele sabe, a bagagem que já traz de
casa, o que ele gosta de estudar, ou que tem facilidade em aprender”. Quando a
“querer ser mais participativo no seu processo educacional escolar e se
frustrar por não ser”. Onde “trabalhos hoje não têm apresentação deles, apenas
a entrega deles, será que assim é o certo?” Diante de tantas questões coerentes
e necessárias ditas por você para o bom desenvolvimento do ensino aprendizagem,
só posso lhe dizer com toda experiência que tenho, Elaine, que não é certo os
trabalhos ficarem sem apresentação. Principalmente, pelo fato de que muitos
alunos, hoje, só copiam do Google, os trabalhos. O certo seria os alunos, em
grupos de quatro (sempre mudando de grupo é importante), fazerem a apresentação
dos trabalhos em forma de seminário ou debate (respeitando a capacidade
argumentativa e o conhecimento de cada aluno, conforme a faixa etária), como se
usa no Ensino Médio e Faculdades. Que todos apresentassem suas ideias / opiniões
sobre o assunto, seus conhecimentos, suas pesquisas. Assim, cada aluno passaria
a sua visão/a sua bagagem que traz de casa, quanto ao assunto
estudado/pesquisado; mostrando a sua individualidade, o seu desempenho, durante
a apresentação; desenvolvendo, de certa forma, a sua argumentação, os seus
questionamentos, a sua autoestima e sua participação e interação coletiva. Depois,
o professor complementaria o que ficasse a desejar.
Mas, se isso vem acontecendo, não é só com os trabalhos;
acontece com as leituras dos livros literários/ textos/conteúdos das aulas de
Língua Portuguesa/Geografia/História/Ciências, etc. Muitas vezes, a leitura de textos
literários torna-se algo não prioritário. Às vezes, os alunos a realizam de
maneira tão superficial, sem ao menos analisar detalhadamente a questão
discursiva, o que se discute no contexto, ou melhor, nesta fase, a tão
conhecida moral da história. O mais comum é os alunos fazerem a leitura oral ou
silenciosa do texto proposto pelo (a) professor (a), através do livro didático,
ou seja, do livro do aluno, que pode ser de qualquer outra disciplina, e depois,
a professora fazer alguns comentários ou perguntar para a turma o que entendeu
sobre o texto. Geralmente, poucos alunos falam e depois os alunos completam uma
longa interpretação escrita, quase como o antigo “questionário”, proposta pelo
livro didático. O professor que é dedicado, geralmente, dá os famosos vistos,
para ver quem fez e deixou de fazer a atividade, depois corrige e parte para
outro texto ou conteúdo. E, assim, a turma vai levando sua vida estudantil por
quatro horas ou mais, muitas vezes, sentados, com poucas horas de intervalo.
Essa é a realidade que tem, não sei se como um “entrave ou sorte”
o uso abusivo do livro didático, Elaine. É ele que vem ditando normas em quase
todas as escolas. Você, talvez não tenha percebido. O livro didático é um
ditador. E quando esse livro foi muito bem escolhido, ainda, pode louvar,
porque há livros bem ruins mesmo. Muitos professores, da minha época, sem o
livro didático não sabiam o que fazer, ficavam de “mãos atadas”; não sei se
ainda ficam. Era a sua principal ferramenta. O único livro em muitas casas de
alunos. Infelizmente! Frente a tantas mudanças comportamentais, tecnológicas e
culturais, ainda, há professores que querem dar aulas como há quarenta anos ou
mais. Isso não é mais viável, é óbvio. As expectativas são outras, em ambas as
partes, tanto para o aluno quanto para o professor.
O livro é um recurso importantíssimo, ninguém pode negar, é
quase que indispensável para o bom desenvolvimento do ensino-aprendizagem,
porém tem assumido o papel de “guardião” do que se deve dizer, de como ensinar
e do que se deve fazer. E isso não é bom.
Vem enfraquecendo a autonomia do professor. Não deve ser usado como um
curso pronto, seguido à risca, que livra o professor de planejar aula,
interferir, adequar e complementar. O professor deve mesclar esse recurso com
outros, tais como: a promoção de um debate sobre algum assunto novo ou escolha
da maioria dos alunos, que pode ser antes das pesquisas para atrair os alunos
para a mesma ou depois; organização de uma entrevista com um especialista (que
pode ser um pai ou uma mãe da escola) sobre um assunto de Ciências/Geografia/História
ou outra; uma visita a um museu; uma análise de uma música/filme/vídeo (que
também é um texto), etc. Tudo de acordo com o nível cultural e de aprendizagem
dos alunos. Uma vez que, o uso abusivo do livro didático torna as aulas muito
rotineiras, limitando o conhecimento dos alunos, tornando o aluno dependente,
subordinado ao texto do livro didático, passivo; pouco contribuindo para a
construção do imaginário, necessário à produção de sentidos, que é a
interpretação.
E quanto aos seus questionamentos sobre competição? Fiquei
também a indagar por que não existir competição? Pesquisando sobre a mesma,
encontrei duas opiniões distintas. Segundo De Rose Jr, “a verdadeira natureza
da competição é que ela cria mais perdedores do que vencedores. Nesse ponto a
competição passa a ser tanto desencorajadora quanto ameaçadora àqueles que não
possuem capacidades e habilidades suficientes para desempenhar adequadamente e
obter o desejado sucesso.” No entanto, Quésia Bombonatto, psicopedagoga e
presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), afirma que: "Hoje, os jovens não sabem
perder, não sabem ouvir não, querem tudo do jeito deles, e isso é um problema
sério para a sociedade". Continua dizendo que “a escola é um bom local
para a criança aprender a lidar com frustrações - seja por ter perdido um
campeonato ou por não ter tirado a nota mais alta da sala, porque ali ela está
entre seus pares”. Andressa Ruiz Barbosa, orientadora educacional do Colégio
Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Franscarmo), na capital paulista, concorda
com ela: "O mercado pede profissionais que saibam lidar com a pressão e
com a frustração. E a fase escolar é um aprendizado para a vida adulta".
Você tocou em outra questão interessante. “Ainda tenho o
dilema em escolher a melhor escola pra ele, em que ele não tenha que se
"adaptar" e sim a escola acolher ele como ele é, entendem? O que eu
digo é a escola conhecer ele a família dele e à partir daí suprir as necessidades
de ensino dele. Por exemplo, ele é um bom aluno e não solicita a professora que
o ensine, aprende rápido, mas isso não quer dizer que não precise da
"atenção" dela. Isso mesmo, crianças fáceis de lidar e fáceis de
aprender também precisam de atenção do professor.” Isso mesmo, Elaine. Todo
aluno, ou seja, todo ser humano deseja ser notado/apreciado e valorizado.
Quando isso não acontece vai perdendo o interesse. O certo seria vocês pais
irem experimentando as escolas, para ver qual a escola que melhor se encaixa e
possa adequar melhor para ele. Pelo que percebo, ele é uma criança com um nível
superior acima da média, e isso, geralmente, pode deixá-lo desmotivado, se a
escola não atender as suas expectativas.
Em fim, perfeito! Você disse tudo! A escola ideal pela qual
se busca, sonha, hoje, poderia exercer uma enorme importância por toda a
sociedade. Por tamanha importância que a mesma se fará jus; bastaria que todos
a olhassem além do que os olhos podem ver e ensinar os alunos a pensarem sobre
o mundo, a sociedade na qual estão inseridos e o mundo das diferenças, para dar
subsídios aos alunos ao enfrentarem as distintas adversidades da vida.
Abraços
Que bom ouvir (ou no caso, ler) respostas para os anseios de todas as mães e perceber que eles são coerentes!
ResponderExcluirBeijinhos
www.mamaeaprendiz.com
Adorei blog, estou começando o meu www.meumundoazul.com. Obrigada bjinhos
ResponderExcluirOi Ju, obrigada, vou lá te visitar tbe. bj
ExcluirOlá,amiga(o)!
ResponderExcluirSou colaboradora do blog de divulgação Agenda dos Blogs e estou aqui para te avisar que está acontecendo o RECADASTRAMENTO dos blogs divulgados para 2016.Se você deseja ficar na nossa Lista de Cadastrados,passe na Agenda e faça o seu recadastramento na primeira postagem do blog.Deixe seu número de identificação ao comentar.Teremos projetos novos para 2016 e queremos que você venha interagir conosco. Temos o nosso grupo no FACEBOOK o Amigas(os) da Agenda, que está dividido em tópicos para melhorar a sua interação com os amigos.Temos também a troca de comentários no grupo chamado SUPER COMENTÁRIOS. Para entrar no grupo, chame a Magda Moreira inbox.Se você já fez o recadastramento, desconsidere esse aviso.Bjss!!