Filhos do excesso
Oi Gente,
Mas um textão literalmente da nossa colunista Nilva, degustem sem moderação !
Um texto pra refletir e principalmente colocar em pratica.
Bj Elaine
Um texto pra refletir e principalmente colocar em pratica.
Bj Elaine
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Profª Nilva Colunista Blog Mãe de Moleque |
Este é o reinado dos “filhos do
excesso”
Ao longo da vida, vamos
conscientizando de que a missão paternal ou maternal de adequar a prole à
realidade de uma vida relativamente livre de problemas e dificuldades e bem-sucedida
a qualquer custo - idealizada pela maioria das famílias - não é uma das mais
fáceis e nem tão bem acertadas neste mundo. Principalmente, quando esse reinado
é exercido pelos filhos x o controle excessivo dos pais, como é hoje. Sendo os
mesmos o centro das atenções, acobertados de muito amor, zelo, exagerada
preocupação e superproteção por parte dos adultos, que os eximem de qualquer
responsabilidade, ficando inteiramente disponíveis por tudo que eles desejarem.
E esse estilo, embora, já há
algumas décadas, venha dominando essa nova geração, o que percebemos é que em
vez de beneficiá-la, tem lhe transmitido vibrações até negativas, prejudicando
a autoestima, a espontaneidade, a determinação, a criatividade e a
autoconfiança da mesma. Que, por crescer ganhando tudo pronto e quase tudo ao
seu bel prazer, tem lhe gerado “uma falsa sensação de poder e autonomia que, em
um momento mais adiante, se traduzirá em uma profunda insegurança”, segundo
(Vera Blondina Zimmermann, psicóloga do Centro de Referência da Infância e
Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Gerando sofrimento em ambas as
partes. Tanto nos filhos quanto nos pais. Nos filhos, por causar certo tédio e
apatia, segundo o escritor Carl Honoré, autor do livro “Os filhos do Excesso”, ”por
terem suas vidas gerenciadas, organizadas, controladas e programadas pelos
adultos, como se fosse um troféu, um produto ou um pedaço de argila que você
pode moldar como uma obra de arte”. E, nos pais, grande ansiedade por terem que
orientar e comandar “sobre o quê e como fazer tudo”, e, ainda, segundo Damázio,
citado por Aretusa Santos e Bianca Recker Lauro – UFJF, por “toda nossa prática
ser no sentido de transformar a criança no adulto e, pior, no adulto que já
somos, que idealizamos e que desejamos; ajustando-a aos nossos planos e
anseios, sob nossa ótica e aspirações, segundo nossos próprios objetivos [...]
toda criança, o que significa todo novo indivíduo (e toda uma nova geração de
indivíduos), traz em potencial uma rica gama de possibilidades renovadoras,
ainda que a sociedade opere dominantemente com padrões de repetição. Ou seja, a
novidade sempre aparece. É por essas e por outras que não permanecemos nas cavernas.
”
Em geral, essa prática ocorre, e
não é de agora. Os pais sempre protegeram os filhos e tentaram prendê-los o
máximo possível perto deles. Proteger filhos é um instinto natural de toda mãe
e de todo pai. Os pais de antigamente preferiam que suas filhas casassem com
vizinhos ou parentes para terem a família sempre próxima deles. No entanto, atualmente,
percebemos que tem mais excessos. Excesso em tudo: De zelo, dificultando o
desenvolvimento da capacidade de resistir às adversidades e com isso a
maturidade é mais tardia; excesso de cuidados – os pais não podem perdê-los de
vista por nenhum segundo; excesso de presentes – os pais trabalham duro, mesmo
os assalariados, para dar do bom e do melhor; os filhos são muito mais
dependentes – são poupados dos afazeres domésticos que poderiam contribuir.
E, tudo isso, os pais fazem por
muito amor. Por não “aguentar ver um filho sofrer sem fazer as coisas por ele”
(Içami Tiba). Por desejarem tê-lo sempre “debaixo de suas asas”. Sempre “a
frente de seus olhos”. E ainda: “Por não conseguirmos relaxar um pouco e ter o
equilíbrio entre fazer muito e nada fazer para nossos filhos; por não
permitirmos que eles sejam protagonistas de sua própria vida, e por não
pararmos de criar um filho como quem gerencia um projeto”, segundo o escritor
Carl Honoré, citado anteriormente. E ainda, por estarem, sempre, em busca da
felicidade e do sucesso dos filhos. Sucesso pode ser “no fundo de sua alma ser
feliz”, mas fica claro em suas expectativas e falas ter uma boa vida, uma boa
profissão que ganhe muito dinheiro.
Pensando nisso, apesar de ninguém
ter uma receita pronta, é importante usar do bom senso que todo pai e toda mãe
têm e saber dosar/limitar essa busca incessante pela facilidade, e procurar
observar e conhecer melhor seu filho ou sua filha, naturalmente, no dia a dia, observando
quais são seus pontos fortes e fracos, ou seja, suas preferências, habilidades
e aptidões ou inabilidades. Identificando, em cada um, qual das oito
inteligências múltiplas seu filho ou filha é mais desenvolvido (a), desde
criança, para melhor preparo educacional. Não se atendo, desse modo, apenas aos
seus sonhos ou no que lhe é mais rentável, mas principalmente às vontades e
expectativas de cada um, de acordo com o que tem maior desenvoltura. De forma
que possa desenvolver/seguir, no momento e na velocidade certa, o que é de seu
agrado, no futuro; se é Lógica, Linguística, Corporal, Naturalista,
Intrapessoal, Interpessoal, Espacial e Musical. O desenvolvimento de cada
inteligência será determinado tanto por fatores genéticos e neurobiológicos
quanto por conta de fatores ambientais.
Finalmente, é importante destacar
que, embora, essa preparação seja determinada por vários fatores já ditos
anteriormente nas entrelinhas, a religiosidade também faz parte desse processo.
Segundo Pe. Roger Matheus dos Santos, vice-presidente da Mantenedora do Colégio
Pe. Anchieta, da Diocese de Taubaté (SP), “nossa atual geração já nasce e mal
abre os olhos já está com seus dedinhos virando as telas de nossos tablets e
smartphones. Jesus nos disse que nós não podemos ser do mundo, mas nós estamos
no mundo. Se estamos no mundo, precisamos aprender a lidar com ele, e a
catequese passa atualmente por este desafio. E será muito difícil para um jovem
viver o adágio popular: “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”.
Portanto, o que se espera dos pais na educação de seus filhos no caminho da
Evangelização é que primeiramente os pais sejam evangelizados. E este princípio
é válido também para os professores em relação aos seus alunos”. Pensando bem
esse ditado popular deve ser válido para tudo e para todos. Não basta só saber
para educar bem, é preciso ser. As crianças aprendem através dos exemplos que
elas têm.
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