A rotina da garotada e os deveres de casa


Oi Pessoal!

Quem nunca ouviu de um filho, pra que existe lição de casa?
Ouço isso desde que ele começou a estudar nunca gostou, geralmente faz rapidamente só pra se livrar. Nos primeiros anos eu acompanhei e agora dei uma afroxada, acompanho de longe, tento interferir o mínimo possível pra tentar criar nele o senso de responsabilidade pelo seu próprio estudo.
Quando a professora não percebe ele faz a lição de casa na sala = /
Pior que não consigo brigar com ele...
Sempre ensinei "Aula dada, aula estudada", a lição de casa era o reforço da lição aprendida durante aula e assim ele nunca estudava para as provas, estava sempre afiado.
Nesta escola as aulas são de uma matéria e pra casa levam outra matéria e assim ele ficou um pouco perdido e desorganizado e agora tenho que sentar com ele e estudar, uma coisa nova pra nós dois, por que ele nunca precisou e com as provas da escola sendo trimestrais piorou, o conteúdo e muito grande e cansativo para relembrar...mas enfim é o que temos e ele tem que se adaptar não é mesmo?!
Nossa colunista hoje traz um texto sobre isso dever de casa e a importância dele na formação estudantil.
Bjs





Colunista Blog Mãe de Moleque
O segundo semestre do ano letivo já começou...É tempo da garotada chegar da escola, almoçar ou fazer um lanche, no final da tarde, e colocar a mochila sobre a mesa e começar outra nova rotina - a das “tarefas de casa” - tão cansativa, porém inevitável. Uma vez que, por mais que os professores esforcem para quebrá-la, sabem que é fundamental. Só através da repetição/do treino e da dedicação paciente e ininterrupta, o ser humano pode explorar adequadamente suas potencialidades. Buscando a oportunidade de superar, fazer melhor, alcançando a excelência, no que desejar, assim, como os esportistas olímpicos fazem, por exemplo.

Ao longo da minha vida, como aluna, como mãe, professora, coordenadora e diretora escolar, sempre, preocupei-me muito com as atividades extraclasse; principalmente, por possibilitarem ao professor revisar/complementar/aprofundar os conteúdos que considere importantes para a construção do conhecimento do aluno em determinado período; facilitando o planejamento diário das atividades, além do acompanhamento contínuo e valiosíssimo dos pais, na vida escolar dos seus filhos.   

Apesar de a rotina ser considerada tediosa para muitos alunos, quase sempre é realizada depois de uma manhã ou de uma tarde cansativa, na escola, é através dela que permite a cadência sequenciada de atividades. Que quando bem planejadas, diferenciadas e desafiadoras podem construir a base principal do trabalho pedagógico pelo professor e da aprendizagem pelas crianças e adolescentes. Dando oportunidade ao que ensina, além de rever e facilitar a construção do conhecimento pelos alunos, reformular a sua proposta de trabalho, quando necessária, por razões do progresso ou os motivos pelos quais os estudantes não progrediram. A rotina, segundo Madalena Freire, “é o alicerce básico para que o grupo construa seus vínculos, estruture seus compromissos, cumpra suas tarefas, assuma suas responsabilidades para que a construção do conhecimento possa acontecer”.

No entanto, se a formação desse hábito não for desenvolvida, desde os primeiros anos de vida escolar, com certa avaliação, reflexão coletiva de professores e coordenadores, e um bom acompanhamento das famílias, principalmente, pelas que têm filhos pequenos, pode levar um número grande de crianças e adolescentes, quase por toda a vida, ter certo descaso pelos estudos, tornando quase que incontrolável. "Construir conhecimento, segundo a filha de Paulo Freire, a educadora que escolhi para embasar as minhas ideias, não é como ir ao cinema ou jogar bola. Exige tempo determinado, espaço determinado, rotina de trabalho, constância. Sem rotina não se desenvolve disciplina intelectual, e isso se faz já a partir dos dois anos." Por isso, é de suma importância que os educadores valorizem / exijam dos seus alunos que cumpram, assiduamente, essas atividades, desde que vão para escola pela primeira vez; fazendo as devidas correções – não se esquecendo de incentivar, de pedir, sempre, a ajuda dos pais, nas reuniões de pais e mestres ou quando vão à escola para levar e buscar os filhos, no dia a dia. Eles são os seus maiores aliados, queridos colegas. Sem o acompanhamento deles, dificilmente, as crianças terão sucesso nesta área da vida.

Ainda, por caracterizar-se como facilitadora da aprendizagem, a rotina dessas atividades não deve sobrecarregar ou comprometer o tempo de repouso, lazer, higiene e alimentação das crianças e dos adolescentes, como se eles estivessem estudando em tempo integral. Existem escolas, excelentes por sinal, que passavam tanto tarefas para casa que a criança ou o adolescente não tinha tempo para nada.  Aprendia, mas ficava bem estressada (o).  E, assim, torna prejudicial. O bom senso dos professores é primordial, nesta prática, tanto quanto ao inesperado, quanto à quantidade, à organização do tempo - adaptação da criança à mesma, e ao ritmo próprio de cada uma - ensejando alternativas diversas, frequentemente, simultâneas de atividades mais ou menos movimentadas e criativas, que chamam atenção; individuais ou grupais (mais fácil nas cidades do interior), que exijam maior ou menor grau de concentração e atenção.

O maior desafio deve estar concentrado, especialmente, nas duas primeiras etapas da Educação Básica que compreende a educação infantil e o ensino fundamental. Contando, sempre, com a disposição, a compreensão e muita paciência da família, no sentido de não deixar que fatores externos interfiram nos pensamentos das crianças e dos adolescentes, e esses percam o foco do que estão fazendo. Esse momento de estudos e tarefas deve ficar estabelecido, sempre, num mesmo horário, mesmo local, com boa luminosidade, limpo, organizado, sem ruídos por perto (som da televisão, áudios ou vídeos de celulares, ou conversa alta), evitando, desse modo, que as crianças sejam interrompidas. Dando o suporte necessário para que as crianças desenvolvam essas atividades, sozinhas, sem a ajuda deles. Só em caso de dúvidas, os pais deverão orientá-las, para que juntos busquem as soluções em seu próprio caderno, livro ou apostilas. Já que, na maioria das vezes, os deveres de casa são retirados de conteúdos que foram trabalhadas em classe.

Portanto, é um recurso pedagógico relevante que exige a compreensão de todos, nesta fase, até que a criança admita não ser uma mera obrigação, com o objetivo apenas de ganhar um visto e ponto final, mas um trabalho significativo que pode ser prazeroso. Despertando em si próprio e na família a consciência de que os deveres de casa, mais do que um meio de multiplicar o rendimento da sala, sirvam de entrelaçamento entre as famílias e a escola; buscando, desse modo, maior engajamento das mesmas, maior parceira na vida dos filhos, até que os mesmos tornem verdadeiramente autônomos.

Abraços


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