Ouça e Construa


 

Como lidar com filhos que vivem uma fase complexa de seu desenvolvimento?

É comum ouvir que a adolescência é a fase em que os pais precisam impor de forma clara sua autoridade.

Esse conselho surge na busca de minimizar possíveis conflitos e discussões, que, inevitavelmente, toda família viverá com seus adolescentes. O conselho, embora seja dado com a melhor das intenções, é, na verdade, um equívoco.

Claro, assim como na infância, na adolescência é preciso reconhecer os pais como autoridade e respeitá-los, e isso deve ser incentivado a todo tempo. Contudo, esse não é o melhor caminho para que uma relação de confiança, respeito, empatia e parceria se estabeleça entre pais e filhos.

Quando, enquanto pais, estamos dispostos a ouvir nosso filho adolescente (com suas queixas, desejos, sonhos, opiniões, medos e incertezas), é nesse momento que se torna possível a compreensão das posturas que esse filho apresenta, com suas facilidades e dificuldades, e até suas ansiedades; podemos dizer que é nesse momento que uma relação de intimidade tem início, afinal, surge a possibilidade de conhecer seu filho em sua totalidade e assim respeitá-lo e aceitá-lo.

É então, nesse instante, que a possibilidade de construir uma relação que vai além da obediência, mas que inclui diálogos sinceros, onde pais e filhos podem ouvir e opinar, e tem a oportunidade de construir caminhos para um melhor convívio doméstico, familiar e interpessoal em sua família; onde as tarefas não são mais impostas mas estabelecidas em parceria, pais e filhos juntos, dividindo a responsabilidade de fazer esse novo plano dar certo e de cumprir as tarefas que juntos definiram que seria responsabilidade de cada um.

Quando essa parceria é firmada, inevitavelmente pais e filhos se aproximam, e não mais dividem apenas as cobranças ou mesmo as divisões de tarefas da casa; esse é um lugar de empatia, de percepção do outro, onde é possível estabelecer momentos de lazer que proporcionem a oportunidade de estarem juntos, se conhecendo melhor, a parte dos momentos de orientações, cobranças ou mesmo de trocas de opiniões.

A escuta tem papel imprescindível nesse processo, somente quando nos dispusermos a ouvir nossos filhos, quando essa escuta for ativa e atenta em nossos lares, nossos relacionamentos serão mais saudáveis, estaremos mais próximos de nossos filhos, construiremos uma ponte de conexão entre nós, e mudaremos nossas posturas e nossos relacionamentos.

Vivemos uma época cheia de desafios em nossa vida familiar e profissional, mas o nosso maior desafio e transformar nossos relacionamentos familiares durante a pandemia e o afastamento social, para que ao fim desse período estejamos mais fortes, conectados, empáticos e caminhando juntos ao escrever a nossa história familiar e pessoal.

Ouça seu filho e construa possibilidades de aproximação, aceitação e demonstração de amor.

Ouça e construa!

Abraços

 Natalia

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